quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Crónicas com sorrisos que mudam o dia e palavras que fazem sorrir


O senhor da rádio

Desço a rua, acelerada, a caminho do trabalho, com pressa de chegar cedo, mas deparo-me com inúmeras caixas rolantes à minha frente. Tanta gente à espera de sair deste entulho de carros numa estrada onde quase nem nós cabemos. Quando é que finalmente fazem estradas de jeito? Começo a andar, o trânsito está a diminuir, até que...o semáforo fica vermelho. Fico irritada, frustada. Ligo o rádio. Acalmo-me, relaxo um pouco.
De repente oiço um homenzinho a dizer: "-Olhe para o carro ao lado e se a pessoa estiver a ouvir a mesma rádio, irá sorrir para você!" E eu penso- Que raio de mundo é este onde as pessoas sorriem umas para as outras sem mais nem menos? É de loucos!
Respiro, olho para o lado e vejo um homem a sorrir para mim. Ora esta! Volto-me para a frente, o semáforo fica verde, acelero. Só vejo pessoas a sorrir. Continuo a andar como se não fosse comigo. Sinto-me perseguida, mas mesmo assim eles continuam a sorrir como se tivessem uma razão para tal. Chego ao meu destino, o trabalho. Estaciono e saio do carro. Finalmente, sento-me. Volto ao habitual; olho a meu redor. Silêncio. Volto a ligar a rádio, e desta vez o homenzinho diz: "Até que uma inspiração muda tudo". E eu finalmente percebi e sorri.

Inês Viola, 9.º C


Um sorriso para um bom dia

Uma manhã como qualquer outra, em que ninguém sorri, poucas são as pessoas que dizem bom-dia umas às outras, cara trancada e olhos de quem ainda dormia mais um pouco. A pressa de se despacharem para chegar ao destino, o trânsito interminável, as buzinadelas de quem quer avançar.
A falta de imaginação do quotidiano, falta de humor e paciência… e assim são as manhãs de grande parte das pessoas. Mas umas meras palavras, um mero pedido de alguém que nem sequer conhecemos, coisas atiradas ao ar que nos inspiram e que por momentos até nos parecem não ter sentido,completamente patéticas podem mudar tudo. Mesmo parecendo-nos algo ridículo, aceitamos o pedido de um mero locutor de rádio, pelo simples facto de experimentar novas sensações . E lá olhamos nós para o condutor do carro do lado e esboçamos um sorriso, mesmo com aquele pequeno medo de parecermos patéticos, pois pode nem sequer estar a ouvir o mesmo que nós , mas não hesitamos, não sei bem porquê... Concretizamos o que nos é pedido e parece que ficamos aliviados, mais leves e, no fundo, apercebemo-nos que um simples sorriso é retribuído, mesmo por alguém que não conhecemos, e é esse simples sorriso desse simples alguém que não conhecemos que nos alegra o dia logo pela manhã.
Sorrir é como respirar, comer, andar, faz bem à saúde , faz bem a mente. No fundo, revitaliza-nos a nossa alma, de pessoas tristes, medonhas, cansadas e preocupadas, fartas das mesmas rotinas de sempre.
Um sorriso de manhã é como o pequeno-almoço, faz bem e é essencial para um bom dia.
Rafaela Simões, 9.ºC

Tudo começa com a inspiração

Estava parada no trânsito, a olhar em redor e a ver a infelicidade de todas as pessoas que iam dentro de todos os automóveis que por ali passavam, quando de repente a música para e passo a ouvir o locutor da rádio. Descubro que onze estações de rádio se uniram para fazer um convite a todas as pessoas. Convidaram-nos a sorrir para o motorista que estava ou nosso lado. Eu olho para o carro do lado a pensar que ninguém iria aceitar o convite, com muita infelicidade minha, mas, quando reparo, o motorista do lado está a sorrir para mim. Olho em redor e vejo todas as pessoas com um sorriso na cara, muitas delas já com a cabeça fora do vidro a conversarem com o”vizinho” do lado.
Fico feliz pelo que se passou hoje, é bonito de se ver as pessoas a começarem o dia com um sorriso na cara, se não formos felizes, quem vai ser por nós? É engraçado como estas estações de rádio conseguiram pôr muita gente a sorrir, basta inspiração e vontade de vencer.
Chego a casa com uma grande felicidade.
Madalena Lourenço, 9.º C


Às vezes quando menos esperamos, podemos ser surpreendidos por algo que nos ilumine o dia, a semana ou até mesmo o mês, temos é de prolongar esse momento para o resto das nossas vidas.
O nosso quotidiano por vezes é monótono, aborrecido, triste, mas, no entanto, existem pessoas que querem mudar isso e conseguem. Quando onze rádios se unem para proporcionar este pequeno mas carinhoso gesto, percebemos que é importante sorrirmos e que haja alguém para nos ver sorrir.
Acho que a falta de cumplicidade entre as pessoas acaba por afetar muito o nosso dia a dia e o nosso bem estar, por isso devemos aproveitar estes pequenos momentos.
Maria Fiúza, 9.º B



Novos sorrisos


Estava no carro com a minha mãe. O ambiente era pesado, nenhuma das duas falava. De vez em quando olhava pela janela e via as pessoas, sérias, nos seus carros.Compreendia o seu aborrecimento por terem de acordar tão cedo para ir pôr os filhos à escola e irem para os seus respetivos empregos.
Resolvi ligar o rádio, assim sempre aliviava a tensão que estava dentro do carro. Quando liguei, comecei a ouvir uma campanha que encorajava os ouvintes a sorrir para a pessoa que estava no carro ao lado. Se essa pessoa também estivesse a ouvir ia sorrir de volta.
Imediatamente eu e a minha mãe começámos a sorrir e a senhora do carro ao lado sorriu-nos de volta. Quando voltei a olhar pela janela vi imensa gente a sorrir para as várias pessoas que ali se encontravam. Sorri também.
Dentro do carro já não estava aquela tensão, nem o aborrecimento de ter acordado cedo para ir para a escola ou, no caso de outras pessoas, para ir trabalhar. Não, agora estava um ambiente calmo e acolhedor.
Senti-me bem.
Mariana Vieira
9.º ano, turma C, n.º 19


Já meio sonolento, a caminho do trabalho, tentando acordar ao som da rádio, o semáforo obriga-me a fazer uma pausa. Vejo o resto dos condutores com o mesmo ar que eu, até que finalmente ouço um motivo para despertar alegremente, a rádio convida todos os que estivessem a ouvir a sorrirem para o condutor do lado e este a sorrir de volta.
A partir desse momento foi possível sentir-se o elo de ligação entre todas as pessoas que ali se encontravam.
Tinha já algumas saudades de ver assim as pessoas, unidas de certa forma.Atualmente só se vê pessoas lado a lado a conversarem por mensagens, até há namoros assim, é triste ver como se substitui o som da conversa pelo do receber uma mensagem.
Assim que o semáforo dá passagem já todos seguem de uma forma totalmente diferente da que estavam quando entraram no carro.
Chego ao trabalho uma pessoa diferente, desta vez já não estou casmurro, mas sorridente e no meio de comunicações à velha guarda.
Ian Teixeira, 9.º B